quarta-feira, 27 de novembro de 2024

CAIO MACEDO - ATOR DO FILME "RUAS DA GLÓRIA"

Foto: Fábio Audi 

 CAIO MACEDO

ATOR DO FILME "RUAS DA GLÓRIA"

Caio Macedo: Da Poesia Sertaneja ao Cinema Internacional

Foto: Íra Barillo

Nascido na pequena cidade de São José do Egito, no sertão do Alto Pajeú, em Pernambuco, Caio Macedo traz consigo uma bagagem cultural tão rica quanto o território que o moldou. Conhecida como a "terra da poesia", sua cidade natal é um berço de declamação, cordel e arte popular. Essa influência, vinda de uma mãe poetisa, permeou sua infância e despertou seu interesse pela interpretação desde cedo, mesmo em um cenário onde teatro e cinema eram praticamente inexistentes.


"Apesar da minha cidade ser um interiorzão, sem teatro ou cinema, eu sempre fui muito atraído pelas artes. Isso me motivou a seguir os estudos em artes cênicas e interpretar os poemas que lia," conta o ator.

O mergulho nos personagens

Caio Macedo não é apenas um ator; é um artista que vive intensamente cada papel que interpreta. Um exemplo marcante é o personagem Gabriel, do filme Ruas da Glória. Gabriel é um garoto de programa e dependente químico, e para dar vida a ele, Caio mergulhou em um intenso processo de preparação.

"Eu saí com garotos de programa, entrevistei pessoas em situações de vulnerabilidade, visitei locais de prostituição e conversei com dependentes químicos. Tudo de forma segura, claro, mas foi um mergulho no submundo. Isso foi essencial para a força do filme." Foto: Fábio Audi.

Foto: Íra Barillo - Caio Macedo divide a cena com o ator  Alejandro Claveaux

Caio dividiu a tela com Alejandro Claveaux, interpretando um romance LGBT que transita pela complexidade de uma realidade marginalizada. Durante dois meses de ensaios e laboratórios, ele explorou o universo dos personagens, criando uma conexão visceral com Gabriel.

Do horror à ação: uma trajetória multifacetada

Embora tenha experimentado diversos gêneros, Caio tem uma forte ligação com filmes de fantasia e horror. Em O Cemitério das Almas Perdidas, ele se viu imerso em um universo de vampiros, levitação e lutas coreografadas.

"Foi mágico! Para mim, era algo muito distante do cinema brasileiro. A preparação foi muito física, com treinos quase atléticos para as cenas de ação e efeitos práticos."

Esse contraste entre papéis físicos e psicológicos define a versatilidade do ator. Enquanto Ruas da Glória exigiu uma entrega emocional profunda, O Cemitério das Almas Perdidas trouxe desafios técnicos que expandiram seus horizontes como intérprete.

Caminhos pelo mundo e a relevância de Pedágio

Outro marco em sua carreira é o filme Pedágio, que aborda temas como "cura gay" e intolerância religiosa de maneira sensível e política. Gravado ao lado de Kauan Alvarenga e Maeve Jinkings, o filme estreou no Festival de Toronto e segue conquistando o circuito internacional.

"É um filme necessário para os dias de hoje. Passar por esses pensamentos foi uma experiência muito política. A mensagem é urgente, e ver a repercussão em festivais como Berlim é emocionante."

Entre estreias e debates em Tallinn, na Estônia, e apresentações em Berlim, Caio percebe o impacto de seu trabalho no exterior e reflete sobre a ascensão do cinema nacional.

"Estamos em Cannes, Berlim e Veneza todos os anos. O Brasil virou referência mundial em crítica social e fantasia. Isso é reflexo da luta e da força dos nossos artistas."

Televisão e novas fronteiras

Apesar de seu coração estar no cinema, Caio tem explorado a TV e o streaming. Trabalhos como Lama dos Dias, série sobre o movimento Manguebeat dirigida por Hilton Lacerda, e Crimes.com têm permitido ao ator dialogar com novos públicos.

"A resposta imediata a TV é mágica. É algo próximo do teatro. O cinema é mais artesanal, mas a televisão oferece um alcance que me instiga a explorar mais esse universo pop."

Um momento especial de sua carreira foi contracenar com Tony Ramos na novela Terra e Paixão da TV Globo.

"Eu cresci assistindo Tony Ramos. Quando o conheci, fiquei nervoso, mas ele foi generoso, ensaiou comigo, bateu texto e me acalmou. Foi uma experiência incrível."

O ator e seus desafios


Caio acredita que a evolução vem dos desafios. Ele ressalta como a diversidade de personagens enriqueceu sua trajetória e enfatiza a importância da formação técnica e emocional no ofício do ator.

"A formação é essencial, mas cada personagem complexo que interpretei me transformou. A atuação é visceral quando toca e desestrutura o ator."

Entre o cinema de arte e a popularidade da TV, Caio Macedo continua expandindo seus limites e explorando novas possibilidades.

Um conselho aos aspirantes

Para quem sonha com a carreira de ator, ele deixa uma mensagem clara:

"Persistência é fundamental. Essa área é incerta e cheia de 'nãos'. Você precisa saber lidar com isso, ter cabeça boa, fazer terapia e investir na sua formação. Não é só glamour; é suor, trabalho e paixão."

Caio Macedo é um exemplo de como talento, determinação e conexão com a arte podem transcender fronteiras. Do sertão pernambucano aos palcos internacionais, ele se tornou um símbolo de resistência e inovação no cenário artístico brasileiro. Foto: Fábio Audi 

 

******************************

JHON CRISTOFFER

NA 2ª TEMPORADA DE ZACK WEST

JHON CRISTOFFER: ATOR ENCANTA COMO ZACK WEST


O jovem e talentoso ator Jhon Cristoffer, conhecido por seu amor à cultura gaúcha e pelas aventuras sobre duas rodas, está a todo vapor se preparando para revisitar o papel de Zack West. A série, que conquistou muitos fãs com sua primeira temporada, promete trazer ainda mais magia e ação na aguardada sequência, sob o comando do autor e roteirista Arnaldo Silveira.


Enquanto o roteiro da segunda temporada está em desenvolvimento, Jhon e seu colega de elenco Dyogo Lyon (Kalson na série) unindo o útil ao agradável, exploram destinos incríveis em suas viagens e, ao mesmo tempo, buscam locações que capturam a essência mágica da história. Um dos achados mais impressionantes da dupla foi um castelo misterioso, cercado por rios, perfeito para ambientar os novos desafios de Zack e sua turma.

Dyogo Lion
Apesar de algumas mudanças no elenco devido à indisponibilidade de algumas atrizes da primeira temporada, a produção está empenhada em entregar uma experiência ainda mais intensa para os fãs. O próprio Jhon adiantou que Zack West retornaria mais maduro, mas sem perder o charme e a sensualidade que conquistaram o público. A nova temporada intensificará a luta contra as forças místicas de Évora, interpretada pela talentosa atriz Jenifer Elisa, que também é produtora da série.

Para quem mal pode esperar pelas novas aventuras de Zack West e as Bruxas Pote, Jhon sugere revisitar a primeira temporada, disponível no YouTube, e mergulhar novamente no universo fascinante da série.

"Estamos construindo algo especial. A energia das gravações e os lugares que encontramos são mágicos. Tenho certeza de que os fãs vão se surpreender", comenta o ator, visivelmente empolgado com o retorno.


A contagem regressiva para as gravações, com locações encantadoras e um elenco dedicado, a segunda temporada promete superar todas as expectativas.


Fique ligado para mais novidades sobre o mundo das celebridades e não perca as atualizações exclusivas de Jhon Cristoffer e Zack West!

 

******************************

CINEMA

MEGALÓPOLIS - FRANCIS FORD COPPOLA

Francis Ford Coppola e a Utopia Cinematográfica de Curitiba: Memórias e Contrastes de Megalópolis

         O diretor Francis Ford Coppola  “Megalópolis”| Foto: Divulgação


Francis Ford Coppola, um dos maiores cineastas de todos os tempos, sempre foi sinônimo de inovação e grandiosidade. O nome por trás de clássicos como O Poderoso Chefão e Apocalypse Now! agora retorna aos holofotes com Megalópolis, projeto que nasceu em sua mente visionária ainda em 1979. No entanto, a recepção tão aguardada do filme tem sido resistente. Com aprovação de apenas 46% no Rotten Tomatoes, o trabalho de Coppola enfrentou diversas críticas, ofuscando a ousadia de um diretor que investiu 120 milhões de dólares do próprio bolso para ver sua visão ganhar vida.

Apesar das turbulências, Coppola desembarcou no Brasil no final de outubro para promover sua obra, recebendo homenagens na 48ª Mostra Internacional de Cinema de Curitiba. Este retorno ao país reavivou memórias de uma conexão especial: Curitiba, cidade que atraiu elementos cruciais para Megalópolis.

Curitiba e Inspiração para Nova Roma

A relação de Coppola com a capital paranaense começou em 2003, quando o cineasta visitou a cidade em busca de inspiração para seu épico futurista. Durante essa passagem, ele se encontrou com Jaime Lerner, arquiteto e urbanista renomado, e então governador do Paraná. A troca de ideias foi decisiva. Em entrevistas recentes, Coppola revelou que foi Lerner quem inspirou Cesar Catilina, o protagonista de Megalópoles, interpretado por Adam Driver.

Catilina é uma urbanista idealista, que se propôs a construir uma cidade utópica chamada Nova Roma. Curitiba, com suas soluções urbanísticas pioneiras, serviu como ponto de partida para a visão do diretor sobre o futuro das cidades.

Um tempo como Curitibano

Durante sua estadia em Curitiba, Coppola mergulhou na cultura local, vivendo quase como um cidadão comum. Ele foi visto na arquibancada da Arena da Baixada, assistindo a um clássico do Athletico e Paraná. Frequentou estabelecimentos tradicionais como a Frutaria Canadá e o Caffè Metropólis, hoje extintos, mas que na época eram referência na vida social da cidade.

Um dos momentos mais marcantes foi sua participação em uma aula na Universidade Tuiuti do Paraná. Cerca de 100 alunos tiveram o privilégio de ouvir Coppola falar sobre cinema digital, sua relação com Hollywood e suas experiências com a produção brasileira.

“Ele conheceu os filmes Central do Brasil , Héctor Babenco e até Chatô, o Rei do Brasil , que ele viu antes de todo o mundo. Coppola chegou a se envolver brevemente no projeto realizado por Guilherme Fontes.

Um Visionário Em Meio às Críticas

Apesar de sua profunda participação na cultura local e da influência de Curitiba em sua obra, Megalópolis não conseguiu cativar a crítica especializada. Ainda assim, a grandiosidade da produção e o comprometimento pessoal de Coppola continuam impressionantes. Como seu retorno ao Brasil demonstra, ele é um cineasta que não apenas cria histórias, mas as vive intensamente.

Curitiba, com suas ruas arborizadas e soluções urbanísticas, encontrou na memória de Coppola como uma utopia tangível. Na ficção, Nova Roma é um lugar idealizado; na realidade, Curitiba ofereceu ao diretor uma fagulha de inspiração. O contraste entre sua visão e a recepção de Megalópolis ressalta o eterno desafio de criar arte em um mundo nem sempre disposto a compreendê-la.

Mesmo enfrentando críticas, Coppola prova que continua sendo o visionário que transforma experiências em narrativas universais — seja em Nova Roma, seja no coração do Paraná.

 

******************************

TEATRO

LIVRO - O TEATRO QUÍMICO DE ARNALDO SILVEIRA

O Teatro Químico de Arnaldo Silveira: Integração entre Ciência e Arte na Expressão Corporal


Resumo

O livro "O Teatro Químico de Arnaldo Silveira: Movimento Corporal no Teatro: A Expressão das Reações Químicas no Corpo", propõe uma abordagem inovadora ao unir os conhecimentos da química e biologia humana com a prática teatral. A obra explora como reações químicas no corpo humano influenciam o movimento e a expressão emocional dos atores no palco, oferecendo um método que potencializa o desvio na construção e execução de personagens. Este artigo apresenta os principais conceitos do livro, destacando o impacto científico e artístico dessa abordagem, além de propor caminhos para a aplicação prática no teatro contemporâneo.


Introdução

O teatro é uma arte intrinsecamente ligada ao corpo humano. Através do movimento, das expressões faciais e da postura, os atores comunicam emoções e histórias que ultrapassaram as palavras. Arnaldo Silveira, em sua obra Teatro Químico , avança nesse conceito ao integrar ciência e arte, destacando o papel das reações químicas corporais no processo de atuação. O livro propõe que o entendimento das conexões entre cérebro, emoção e movimento enriquecem a performance teatral, permitindo maiores controle sobre sua expressão corporal.


O Conceito do Teatro Químico

Silveira baseia-se em estudos de neurociência, endocrinologia e psicologia para demonstrar como reações químicas no corpo humano impactam diretamente a interpretação no teatro. O autor enfatiza que:

  1. Emoções e Reações Químicas : Substâncias como adrenalina, cortisol, dopamina e serotonina afetam a postura, a respiração e os movimentos do ator, criando uma ponte entre emoção e expressão física.
  2. Respostas Fisiológicas : A resposta de "luta ou fuga", por exemplo, ilustra como a adrenalina intensifica os movimentos e a postura em cenas de tensão ou perigo.
  3. Controle e Consciência Corporal : O ator, ao compreender essas respostas, pode manipula-las intencionalmente para enriquecer seu desempenho.

Comparação com Métodos Tradicionais

O Teatro Químico é comparado a métodos consagrados, como os de Stanislavski e Meisner. Enquanto Stanislavski busca a "verdade emocional" através da memória afetiva e Meisner enfatiza a espontaneidade na resposta emocional, Silveira avança ao incorporar um entendimento científico das reações químicas como ferramenta prática. Essa abordagem permite que os atores induzam estados emocionais genuínos, potencializando sua conexão com o personagem e a audiência.


A Aplicação Científica no Processo Teatral

Com embasamento científico, o Teatro Químico orienta os atores a:

  • Reconhecer sinais fisiológicos associados a emoções específicas.
  • Treinar o corpo para reagir de maneira autêntica e intencional às demandas emocionais do personagem.
  • Utilizar técnicas de respiração e relaxamento para ajustar neurotransmissores, como a serotonina, em cenas que ativam calma ou introspecção.

Essas práticas transformam o corpo em um instrumento afinado, onde cada movimento é sustentado por uma base química e emocional sólida.


Impacto na Conexão Ator-Audiência

A proposta de Silveira não se limita à técnica do ator; ela também transforma a experiência do público. Ao alinhar emoção e química corporal, o ator cria uma conexão mais profunda com a audiência, que regula a veracidade emocional na performance. Essa interação amplifica o impacto narrativo, aproximando o público da história.


Conclusão e Perspectivas

O Teatro Químico de Arnaldo Silveira oferece uma perspectiva transformadora para o teatro contemporâneo, ao integrar ciência e arte de maneira prática e acessível. A obra não apenas expande os horizontes de atuação, mas também promove o diálogo entre disciplinas aparentemente distantes, como as ciências biológicas e as artes cênicas.

A abordagem descrita no livro tem potencial para influenciar tanto o treinamento de atores quanto a forma como o teatro é ensinado e apreciado. Com isso, o Teatro Químico não apenas propõe um método, mas também inaugura um campo de pesquisa multidisciplinar, que poderá ser explorado em futuras investigações acadêmicas e artísticas.


Palavras-chave

Teatro Químico, Arnaldo Silveira, atuação, expressão corporal, reações químicas, neurociência, teatro contemporâneo.



******************************


Nenhum comentário:

Postar um comentário